O departamento jurídico da Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina pode instaurar um processo por quebra de decoro parlamentar contra os vereadores Eduardo Ferreira (Podemos) e Rudinei Benedito Esteves (MDB). Na sessão ordinária da Câmara ocorrida na noite de segunda-feira, 11, os dois parlamentares se desentenderam no estacionamento da casa legislativa após o término dos trabalhos. Embora ambos neguem a ocorrência de agressão física, pelo menos três pessoas que testemunharam os fatos garantem que eles, realmente, “saíram no tapa”.
O presidente da Câmara, Jose Jaime Paula Silva, o Mineiro (DEM), disse à reportagem do Portal Ta No Site, que o desentendimento realmente ocorreu, tanto verbal quanto físico, mas que no mesmo momento os dois parlamentares se entenderam e se desculparam mutuamente. Entretanto, Mineiro afirmou que toda essa situação precisa ser avaliada pelo departamento jurídico para saber se cabe um processo por quebra de decoro ou apenas uma advertência aos dois.
É bom salientar, que embora o prédio possua câmeras de vigilância, a briga ocorreu em um “ponto cego” dos aparelhos, ou seja, não há gravação das cenas em questão.
De qualquer maneira, por conta do feriado prolongado desta semana, o jurídico do Legislativo só vai avaliar a ocorrência na próxima semana.
O motivo
Durante o transcorrer normal da sessão, o vereador Rudinei cobrou das autoridades um posicionamento definitivo sobre a situação do funcionário público Marcelino Galvão, que há anos estaria em desvio de função e usando o cargo para fazer campanha política através de favores à população rural. Já o vereador Eduardo Ferreira defendeu o funcionário alegando que não há reclamações sobre sua competência e que também a prefeitura não possui outro trabalhador que possa desenvolver essa função na zona rural.
Rudinei quer que o Ministério Público avalie a questão de Marcelino. “Desde a eleição passada, ele usa o maquinário do município específico para trabalhos na zona rural para fazer campanha política, porém, na realidade, ele está em desvio de função. Marcelino não foi contratado como motorista e sim como vigia noturno”, afirmou o vereador dizendo que, embora tenha colocado um fim na discussão com o vereador Eduardo Ferreira, não vai desistir de denunciar o funcionário. “Vou até o fim. O prefeito já disse que pretendia acabar com os desvios de funções, mas até agora, o Marcelino continua como motorista de maquinário. Quero que o Ministério Público avalie essa questão. Está fácil descobrir as verdadeiras intenções desse funcionário. Basta entrar no Facebook dele”.
Quanto a suposta quebra de decoro, o vereador acredita que o ocorrido não tem essa característica. “Primeiro, não houve agressão física, e depois a discussão não ocorreu no plenário e sim no estacionamento”, afirmou.
Nesse ponto, o vereador Eduardo Ferreira está de acordo. “Foi um desentendimento rápido, que acabou com um pedindo desculpas ao outro. Essa confusão já passou. Só defendi o servidor porque a prefeitura não tem outro para substituí-lo e os serviços na zona rural não podem parar. A população não pode ficar desamparada”, avisou.
Fonte: Gladys Santoro - Tá No Site